domingo, 26 de abril de 2015

Tiramisu

Sabia que a tradução literal para o português da palavra Tiramisu é "Levanta-me" ou "Puxa-me para cima"? ;)


          O principal ingrediente do Tiramisu é o creme de Mascarpone. Trata-se de um queijo Italiano, suave, variando de 60% a 75% de gordura. Possui um sabor delicado, é bastante cremoso e de cor branca, sendo originário da região da Lombardia, ao norte da Itália, área bastante agriculta e leiteira. 
          O Mascarpone é feito a partir do leite de vaca, sem o uso de queijo coalho ou fermento em sua produção. A umidade é drenada através do uso de uma pequena quantidade de ácido cítrico e um pano bem fino. O resultado é um creme liso, que serve de base para muitas receitas.


Agora, quer saber porque Tiramisu é minha sobremesa favorita?

          1) Un po 'di storia

          Uma das hipóteses da origem dessa sobremesa considera que a mesma surgiu em Florença, Toscana, em um banquete em homenagem ao Granduque Cosimo III (1642-1723) da família Médici, quando foi chamada "Zuppa del Duca" e era feita com ovos, leite e vinho marsala, por isso também era chamada de sopa inglesa. Segundo historiadores, o doce tinha como objetivo produzir um descendente para a família Médici, e parece ter dado certo, pois o granduque teve três filhos. Ao tiramisu acrescentou-se o café, considerado afrodisíaco, e o chocolate, que é estimulante, e por causa dessa combinação, esse pavê era consumido na Toscana antes dos encontros amorosos.

          A região Toscana, na Itália, é um dos meus lugares preferidos no mundo mesmo que eu nunca tenha estado lá. Possui algumas das paisagens mais belas e inspiradoras do mundo inteiro e você com certeza se imagina lendo milhões de livros e trilhões de poesias, ao som de uma linda melodia, só de ver fotos como essas...




          Agora, imagina só um jantarzinho com uma boa comida italiana, um bom vinho, boa música, ótima companhia e...Tiramisu de sobremesa. Como não sonhar?

          2) O Sabor

          A combinação mais perfeita de sabores e texturas. A suavidade do creme de Mascarpone junto com a maciez do biscoito embebido em café, a combinação dos sabores do cacau, café e o sabor doce do queijo.

         3) A Poesia

          É uma sobremesa cheia de poesia.
          Pare, preste bastante atenção e esqueça todo o resto. Concentre-se apenas nisso...
       Perceba as cores, as sensações, os odores, a beleza da combinação de tudo isso em camadas de doce, amargo, ácido...
          Sinta o sabor. Perceba as sensações que  te causa. 
          Isso é poesia.
          
         4) Você

          Essa dispensa explicação.

Fontes: https://www.petitgastro.com.br/a-historia-do-tiramisu-o-mais-famoso-dolci-italiano/

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Trem se vai na noite sem estrelas...

          E quando você sente que algo não dará certo, mas não consegue dizer não? Quando você se vê tendo que deixar algo (alguém) ir, sabendo que é o correto, mas não consegue acreditar que esse seja o veredicto final...???
          Quando suas lembranças e seu coração tentam desesperadamente te convencer que talvez você esteja errada e tudo seja apenas uma forma pessimista de ver a situação, como você faz pra pensar racionalmente?
           E se pensar racionalmente não for a solução? Mas como não pensar racionalmente algo tão definitivo na vida? É possível racionalizar o amor? E se o que você acredita que seja amor na verdade não seja...???
          Será que pensar racionalmente um sentimento tá errado?
          Ei, vocês!É!Vocês que sabem tudo da vida, vocês que tem resposta pra todas as perguntas...e então?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Mudanças começam com um sussuro…

 

          Hoje assisti ao filme The Help (Histórias Cruzadas) e fiquei encantada com o fascinante enredo. É do tipo que te prende, uma belíssima e otimista história.

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          Bom, na verdade o filme surgiu a partir de um romance com o mesmo nome escrito por Kathryn Stockett e que já foi publicado em 35 países. O livro trata da vida de empregadas domésticas afro-americanas que trabalham em "casas brancas" em Jackson, Mississippi durante o início dos anos 1960.Foi escrito por Kathryn como homenagem a Demetrie, a empregada negra que foi seu porto seguro em uma infância fraturada pelas separações e ausências dos pais.

           O livro foi publicado no Brasil pela Editora Bertrand Brasil com o nome A Resposta.

Capa do Livro escrito pela norte-americana Kathryn Stockettthe-help

 

A adaptação cinematográfica do livro teve estreia em agosto de 2011 e aí vai a sinopse…

• Sinopse: Mississipi, década de 1960. Skeeter acabou de terminar a faculdade e sonha em ser escritora. Ela põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das "famílias do sul". Apesar da confusão causada, Skeeter consegue o apoio de Aibileen, governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm muito o que contar. No entanto, relações são forjadas e irmandades surgem em meio à necessidade que muitos têm a dizer antes da mudança dos tempos atingir a todos.

Cena do filme The Help (Histórias Cruzadas)The Help Movie

Opnião Pessoal

          O enredo é cativante! Trata da história dos negros no Mississipi sem abranger a perspectiva violenta tão conhecida e comum em outras histórias sobre a situação dos negros nesse estado. O enredo foca nas relações de “afeto e a intimidade enterrados sob as ligações domiciliares aparentemente impessoais", como citou o jornal The New York Times.

          No filme é possível ver como eram as relações entre os patrões brancos e as empregadas negras, o preconceito discarado e o afeto secreto. O ponto alto para mim foi a coragem demonstrada pelas negras!

Mas não achem que se trata de um filme só com cenas tristes e melancólicas…vocês podem rir muito!

Assistam e entendam porque…RECOMENDO!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Enquanto você se esforça pra ser….

 

          Minha ansia de escrever cresce um pouquinho mais a cada dia! Muitas coisas na cabeça, mas nada atrai o papel…Preciso de conselhos de escritora pra encontrar inspiração!

          Quando se escreve tudo se torna mais fácil, uma dor, o amor, o dia-a-dia, o mundo…a muito não consigo externar o impensável!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Série Poesias III

Canto de Amor

I
Eu vi-a e minha alma antes de vê-la
Sonhara-a linda como agora a vi;
Nos puros olhos e na face bela,
Dos meus sonhos a virgem conheci.

Era a mesma expressão, o mesmo rosto,
Os mesmos olhos só nadando em luz,
E uns doces longes, como dum desgosto.
Toldando a fronte que de amor seduz!

E seu talhe era o mesmo, esbelto, airoso
Como a palmeira que se ergue ao ar,
Como a tulipa ao pôr-do-sol saudoso,
Mole vergando à viração do mar.

Era a mesma visão que eu dantes via,
Quando a minha alma transbordava em fé;
E nesta eu creio como na outra eu cria,
Porque é a mesma visão, bem sei que é!

No silêncio da noite a virgem vinha
Soltas as tranças junto a mim dormir;
E era bela, meu Deus, assim sozinha
No seu sono d'infante inda a sorrir!...

II
Vi-a e não vi-a! Foi num só segundo,
Tal como a brisa ao perpassar na flor,
Mas nesse instante resumi um mundo
De sonhos de ouro e de encantado amor.

O seu olhar não me cobriu d'afago,
E minha imagem nem sequer guardou,
Qual se reflete sobre a flor dum lago
A branca nuvem que no céu passou.

A sua vista espairecendo vaga,
Quase indolente, não me viu, ai, não!
Mas eu que sinto tão profunda a chaga
Ainda a vejo como a vi então.

Que rosto d'anjo, qual estátua antiga
No altar erguida, já cabido o véu!
Que olhar de fogo, que a paixão instiga?
Que níveo colo prometendo um céu.

Vi-a e amei-a, que a minha alma ardente
Em longos sonhos a sonhara assim;
O ideal sublime, que eu criei na mente,
Que em vão buscava e que encontrei por fim!

III
P'ra ti, formosa, o meu sonhar de louco
E o dom fatal, que desde o berço é meu;
Mas se os cantos da lira achares pouco,
Pede-me a vida, porque tudo é teu.

Se queres culto - como um crente adoro,
Se preito queres - eu te caio aos pés,
Se rires - rio, se chorares - choro,
E bebo o pranto que banhar-te a tez.

Dá-me em teus lábios um sorrir fagueiro,
E desses olhos um volver, um só;
E verás que meu estro, hoje rasteiro,
Cantando amores s'erguerá do pó!

Vem reclinar-te, como a flor pendida,
Sobre este peito cuja voz calei:
Pede-me um beijo... e tu terás, querida,
Toda a paixão que para ti guardei.

Do morto peito vem turbar a calma,
Virgem, terás o que ninguém te dá;
Em delírios d'amor dou-te a minha alma,
Na terra, a vida, a eternidade - lá!

IV
Se tu, oh linda, em chama igual te abrasas,
Oh! não me tardes, não me tardes, - vem!
Da fantasia nas douradas asas
Nós viveremos noutro mundo - além!

De belos sonhos nosso amor povôo,
Vida bebendo nos olhares teus;
E como a garça que levanta o vôo,
Minha alma em hinos falará com Deus!

Juntas, unidas num estreito abraço,
As nossas almas uma só serão;
E a fronte enferma sobre o teu regaço
Criará poemas d'imortal paixão!

Oh! vem, formosa, meu amor é santo,
É grande e belo como é grande o mar,
E doce e triste como d'harpa um canto
Na corda extrema que já vai quebrar!

Oh! vem depressa, minha vida foge...
Sou como o lírio que já murcho cai!
Ampara o lírio que inda é tempo hoje!
Orvalha o lírio que morrendo vai!...


 "Canto de Amor", escrito por Casimiro de Abreu, fala sobre um rapaz que sempre sonhava com uma moça quando fechava seus olhos e clamava por um amor. Certo dia, ele encontrou-a e soube, de imediato, que era ela: a garota que ele sempre sonhava. Porém, o que poderia ser uma história de amor não aconteceu. Ela nem sequer notou a presença do rapaz, que voltou novamente a sonhar com ela.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Série Poesias


A VALSA - Casimiro de Abreu


 

Tu, ontem,

Na dança

Que cansa,

Voavas

Co'as faces

Em rosas

Formosas

De vivo,

Lascivo

Carmim;

Na valsa

Tão falsa,

Corrias,

Fugias,

Ardente,

Contente,

Tranqüila,

Serena,

Sem pena

De mim!

 

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

— Não negues,

Não mintas...

— Eu vi!...

 

Valsavas:

— Teus belos

Cabelos,

Já soltos,

Revoltos,                                                                                           

Saltavam,

Voavam,

Brincavam

No colo

Que é meu;

E os olhos

Escuros

Tão puros,

Os olhos

Perjuros

Volvias,

Tremias,

Sorrias,

P'ra outro

Não eu!

 

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

— Não negues,

Não mintas...

— Eu vi!...

 

Meu Deus!

Eras bela

Donzela,

Valsando,

Sorrindo,

Fugindo,

Qual silfo

Risonho

Que em sonho

Nos vem!

Mas esse

Sorriso

Tão liso

Que tinhas

Nos lábios

De rosa,

Formosa,

Tu davas,

Mandavas

A quem ?!

 

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

— Não negues,

Não mintas,..

— Eu vi!...

 

Calado,

Sozinho,

Mesquinho,

Em zelos

Ardendo,

Eu vi-te

Correndo

Tão falsa

Na valsa

Veloz!

Eu triste

Vi tudo!

 

Mas mudo

Não tive

Nas galas

Das salas,

Nem falas,

Nem cantos,

Nem prantos,

Nem voz!

 

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

 

Quem dera

Que sintas!...

— Não negues

Não mintas...

— Eu vi!

 

Na valsa

Cansaste;

Ficaste

Prostrada,

Turbada!

Pensavas,

Cismavas,

E estavas

Tão pálida

Então;

Qual pálida

Rosa

Mimosa

No vale

Do vento

Cruento

Batida,

Caída

Sem vida.

No chão!

 

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

— Não negues,

Não mintas...

Eu vi!

 

 

 Outro poema que eu gosto muuito!Ele tem um ritmo gostoso...ao ler você sente como se estivesse dançando um valsa mesmo!

 


“A valsa” tem, como tema central, um sujeito lírico que observa uma donzela bailar pelo salão. Os versos do poema são constituídos por duas sílabas métricas. Como bem elenca Norma Goldstein (2006, p. 29), “nesse tipo de verso, o acento cairá necessariamente sobre a última sílaba, antecedida por uma sílaba breve (não-acentuada)”.

Na- VAL (sa)
Can- SAS (te)
Fi- CAS (te)
Pros- TRA (da)
Tur- BA (da)

A metrificação do poema, dessa maneira, contribuí, decisivamente, para trazer à tona o modo ligeiro de como a valsa é apresentada e dançada pela moça. Nos versos explicitados acima, percebe-se que a moça observada pelo eu-lírico, devido ao ritmo frenético da dança, acabará, extremamente, cansada. (Texto tirado de http://www.literaturaemfoco.com/?p=3344)


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Série Poesias

Como Eu Te Amo - (Gonçalves Dias)



Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua;

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

                      ------------

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.


————


De mim não saberás como te adoro;
      Não te direi jamais,
Se te amo, e como, e a quanto extremo chega
      Esta paixão voraz!


Se andas, sou o eco dos teus passos;
      Da tua voz, se falas;
O  murmúrio saudoso que responde
      Ao suspiro que exalas.


No odor dos teus perfumes te procuro,
      Tuas pegadas sigo;
Velo teus dias, te acompanho sempre,
      E não me vês contigo!


Oculto e ignorado me desvelo
      Por ti, que me não vês;
Aliso o teu caminho, esparjo flores,
      Onde pisam teus pés.


Mesmo lendo estes versos, que m'inspiras,
      — "Não pensa em mim", dirás:
Imagina-o, se o podes, que os meus lábios
      Não to dirão jamais!


————


Sim, eu te amo; porém nunca
Saberás do meu amor;
A minha canção singela
Traiçoeira não revela
O prêmio santo que anela
O sofrer do trovador!


Sim, eu te amo; porém nunca
Dos lábios meus saberás,
Que é fundo como a desgraça,
Que o pranto não adelgaça,
Leve, qual sombra que passa,
Ou como um sonho fugaz!


Aos meus lábios, aos meus olhos
Do silêncio imponho a lei;
Mas lá onde a dor se esquece,
Onde a luz nunca falece,
Onde o prazer sempre cresce,
Lá saberás se te amei!


E então dirás: "Objeto
Fui de santo e puro amor:
A sua canção singela;
Tudo agora me revela;
Já sei o prêmio que anela
O sofrer do trovador.


"Amou-me como se ama a luz querida,
Como se ama o silêncio, os sons, os céus,
Qual se amam cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria, e a virtude e a Deus!"



 É um dos meus poemas favoritos!Lindíssimo!Um dos livros dos quais eu não me disfaço, infelizmente!
Infelizmente porque livros devem ser repassados, devem ter fácil acesso, a leitura deve ser difundida e livros devem ser compartilhados!
Assim acredito...
Mas meus livrinhos de poesias são minhas paixões, meus xodós!Já estão todos velhinhos, coitados, rasgados, com as páginas caindo...mas ainda são meus preferidos!=)
Meus companheiros nos melhores e piores momentos!